top of page

Lendas com cheiro de Lavanda

  • Foto do escritor: Vida de Treinador
    Vida de Treinador
  • 21 de abr.
  • 13 min de leitura
Oi, meu nome é Gomes Francisco e tenho 14 anos; quer dizer, teria se estivesse viv.... OPA! Sai pra lá, bate na madeira!
Oi, meu nome é Gomes Francisco e tenho 14 anos; quer dizer, teria se estivesse viv.... OPA! Sai pra lá, bate na madeira!

Quando a internet era só mato, e a gente tinha que esperar todo mundo dormir para poder se conectar (já que estar online impossibilitava a linha telefônica de receber ligações), muito da cibercultura era baseada em desinformação. Claro, você pode pensar "a internet hoje ainda é bem desinformativa também", mas supondo que há categorias de desinformação, é possível entender que o desinformar da época não causava crises políticas ou disseminava ódio. As ludibriações dos anos 2000 e início da década de 2010 eram, em geral, mais parecidas com um "Primeiro de Abril", como uma traquinagem ou uma ressignificação cujo objetivo não era fazer mal ao mundo real, mas sim se divertir com ele, criando lendas, fantasias e crenças populares.


No Cinema da virada do milênio, esse tipo de desinformação teve dois grandes momentos. "A Bruxa de Blair" (1999), por exemplo, e Borat (2006) brincaram com a ideia do falso-real e foram estrondosos sucessos financeiros. O primeiro, do gênero terror, custou algo em torno de U$250 mil e lucrou simplesmente U$ 250 milhões. Um lucro de 1000x mais possível, sobretudo, porque a história foi vendida como real, e não baseada na realidade - tudo que a gente viu na película, segundo a divulgação do filme era, de fato, registros improvisados de jovens adultos antes de sua morte, e alguém os encontrou e compilou os tornou filme (gênero conhecido como found footage)... Ainda que essa conversa soasse estranha, outros elementos faziam parecer crível porque o nome dos personagens da Bruxa de Blair é o mesmo dos atores, e nenhum deles participou da divulgação do filme - algo que reforçou que estavam mortos. Creepy!


Já Borat, primeiro sucesso de Sacha Baron Cohen nas telonas, vai na direção do que hoje se chama "mockumentário", um subgênero da comédia e do documentário (ao mesmo tempo) cujo objetivo é construir uma realidade artificializada a partir de situações que não são integralmente verdades, tampouco são integralmente mentiras. Durante o filme, o ator que interpreta Borat age como se de fato fosse aquela pessoa fictícia, em tempo integral: um jornalista autointitulado o segundo melhor jornalista do Cazaquistão - e, como ninguém ao redor dele o conhece, entende que é encenação. No registro-trama do filme, Borat viaja pelos Estados Unidos entrevistando pessoas não-famosas de comunidades e organizações sociais, tentando extrair, a partir de perguntas absurdas e comentários controversos, a mais dura verdade como a sociedade dos USA pensa acerca das minorias e da situação do País. Borat fez U$260 milhões, tendo custado U$18 milhões.


A farsa, enfim, era algo extremamente lucrativo. Pasta!


Com a ascensão da internet, no início deste século, agora nós, que não éramos donos de estúdio hollywoodiano nenhum, também podíamos brincar de reconstruir a realidade, como fez Blair e Borat. Um dos casos mais famosos da participação BR nessa onda é o "Cala boca, Galvão", vídeo criado pelo influencer Cid Cidoso, que fez os gringos acreditarem que a hashtag #calabocagalvao do Twitter, era uma campanha para arrecadar fundos para proteger os pássaros em extinção: The Galvão Birds.


Mockumentário, Found Footage (Filmagem Perdida) e Pastiche em forma de audiovisual
Mockumentário, Found Footage (Filmagem Perdida) e Pastiche em forma de audiovisual

Mockumentário, "found footage", pastiche, paródia e zuêras. São inúmeros os tipos de produção que brincam com essa experimentação que põe um pé na realidade e um na ilusão. A internet, por sua vez, com milhares de pinóquios online nas redes interessados em reimaginar suas realidades, deu mais um passo a frente nesses gêneros: por que não botar os dois pés na mentira?


O CopyPasta, percussor do CreepyPasta, é o maior exemplo disso. Traduzido literalmente como "Copiar e Colar" (Copy and Paste), o CopyPasta consiste simplesmente repetir um texto que todo mundo está usando, para fins de humor ou de provocação, mas que - ao contrário do caso de Blair, que existiu, ou do Cazaquistão que é realmente um país - ninguém sabe a referência original e nem no que foi baseado; não à toa, muitos deles são realmente tirados de nada, nascidos das "vozes da cabeça" do autor. Dentre os Copy Pasta brasileiros mais populares, gosto muito o dos que contam toda uma história de superação e, no final, revelam que "essa pessoa era ninguém mais ninguém menos que Albert Einstein"; ou as que concluem, na última frase "e, quando abriram o porta-malas, os ovos estavam intactos".


Em geral, um copypasta se difere de um meme, porque ele é mais textual que visual e, claro, porque ele é só um copiar e colar, não há reinterpretação nem resquícios de autoria.
Em geral, um copypasta se difere de um meme, porque ele é mais textual que visual e, claro, porque ele é só um copiar e colar, não há reinterpretação nem resquícios de autoria.

Entendido isso, é fácil deduzir o que é o CreepyPasta: o irmão esquisito do CopyPasta, em que se replica uma história, mas puxando para o lado mais esquisito da coisa, uma história meio macabra. Um dos mais famosos no Brasil éo comentário no Youtube que começa com "Oi, meu nome é Samara, tenho 14 anos (Teria se estivesse viva), morri aos 13 em...". Você já deve ter se deparado com um assim, não é?


Quem conhece a cultura de alguns países, como os USA, de se reunir em torno da lareira, em um acampamento, para contar histórias de terror compreende mais fácil a ideia do CreepyPasta - e, por isso, entende que, apesar de no CopyPasta ser comum replicar o texto exatamente igual, no CreepyPasta a dinâmia do "quem conta um conto aumenta um ponto" acaba sendo a tônica. Isso porque, no caso do CreepyPasta, é preciso manter a ideia de veracidade do relato, e, como cada pessoa tem seu jeito de se expressar, é preciso estar escrito de uma maneira que, quem leia, realmente ache que o autor é quem postou.


Nos anos 2010, Pokémon era o cenário perfeito para CreepyPasta ou algo assim. Primeiro, porque Pokémon já era uma franquia consolidada nesse período, e quem foi criança e acompanhou o jogo desde 1996 era já um adulto em 2010 - e adultos, ao revisitar o que lhes era valioso na infância, costumam adicionar referências mais "maduras" à nostalgia, como o terror. Segundo, porque, como falado antes, a internet era quase que totalmente usada à noite, o que faz qualquer história mais ou menos esquisita fazer o coração acelerar no silêncio do quarto. Terceiro, bem, tinha o 4Chan que, a essa altura, com quase 10 anos já era também um recanto poderoso de virais - e Pokémon tinha um board exclusivo para si, o /vp - traduzindo: era um fórum de pessoas que postavam e conversavam de Pokémon o tempo todo.


O 4Chan é (ou era) um fórum de discussão, com pouca ou rara mediação, cuja liberdade de uso permitia que usuários anônimos fizessem perguntas ou levantassem discussões sobre diversos assuntos (alguns temas estão nessa lista aí em cima, e elas eram chamadas de "boards"). Infelizmente, onde muito homem se reúne sempre sai bostejamento, e o 4chan virou uma Molde-Mãe de incels e discursos de ódio, hiper-sexualização e preconceitos.
O 4Chan é (ou era) um fórum de discussão, com pouca ou rara mediação, cuja liberdade de uso permitia que usuários anônimos fizessem perguntas ou levantassem discussões sobre diversos assuntos (alguns temas estão nessa lista aí em cima, e elas eram chamadas de "boards"). Infelizmente, onde muito homem se reúne sempre sai bostejamento, e o 4chan virou uma Molde-Mãe de incels e discursos de ódio, hiper-sexualização e preconceitos.

Um dos CreepyPastas mais conhecido, é o que relata suicídi*s repentinos de crianças após ouvirem a música de Lavender Town, e ele é cria do 4Chan - que misturou o caso real da epilepsia (do famoso episódio do Porygon, tornando-o mais macabro). Outro também conhecido é do Jigglypuff abandonado no jogo. Um recentemente popular é a problemática explicação sobre a anatomia do Vaporeon... Mas esse aí eu me recuso a recontar.


Apesar de categorizado como CopyPasta (porque ele é copiado e colado integralmente) seu conteúdo, pra mim, é o suficiente para colocá-lo no grupo dos Creepy... Este texto surgiu em 2018, também no 4Chan.
Apesar de categorizado como CopyPasta (porque ele é copiado e colado integralmente) seu conteúdo, pra mim, é o suficiente para colocá-lo no grupo dos Creepy... Este texto surgiu em 2018, também no 4Chan.

Para manter a tradição do CreepyPasta, vou contar abaixo mais ou menos a história de dois deles, como se fosse eu, de fato, quem viu e viveu isso. Não se esqueça de passar depois a história adiante, jurando que é verdade e adicionando seus próprios elementos no roteiro.


Preparem seus marshmallows, crianças. Lets Go Creepy.


Síndrome da Cidade de Lavanda

Em 1996, logo após seu lançamento, Pokémon virou uma febre absoluta no Japão. Todas as crianças dedicavam parte do seu dia àquela telinha de GameBoy, hipnotizados por aquela aventura em um mundo de bichos capturáveis e confinados em bolas tecnológicas para Capsule Corporation nenhuma botar defeito. O sucesso estrondoso e repentino da franquia era de se estranhar... em meses tudo que envolvia esses monstrinhos se tornou muito popular... o que levantou a uma suspeita óbvia, certamente, havia algum pacto com forças ocultas para garantir uma febre total assim. Não era o primeiro caso de ocultismos em troca de poder e sucesso, no meio da indústria pop, afinal.


Me digam vocês, você não acha estranho que um jogo que é direcionado à criança dedique uma cidade inteira para falar de mortos? Nem há ginásio lá, nem nada do tipo. É só para lembrar que os bichos morrem... Um dos plots, aliás, é de uma mãe morta vagando o cemitério querendo estar perto do seu filho que, simplesmente usa sua caveira como adorno!!! Olha, não sei o que acontecia na década de 1990, mas claramente aquilo não tinha intuito de ser infantil não... Os pais daquela época, contudo, não tiveram esse cuidado, e, pior, muito menos tiveram tempo para refletir melhor sobre o assunto, porque... Pelo menos 200 crianças se m*taram depois de jogar Pokémon!


Rumores dizem que esses suicídios aconteceram induzidos por uma espécie de hipnose, justamente quando se chegava em Lavender Town - a cidade do cemitério que falei. A música que toca naquele lugar é extremamente esquisita, e parece conter no meio de seu som pixelizado, uma espécie de ruído com frequências altas, que atinge crianças diferentes de adulto... Vocês devem saber que o ouvido capta frequências diferentes a depender da idade, né? Neste link, você pode ver quantos "anos" tem seu ouvido, e notar que, conforme envelhecemos algumas frequências não são captadas mais.


Pelo que rolou nos jornais da época, alguém da Game Freak escondeu uma mensagem subliminar no meio do toque da música, o que resultou em inúmeras doenças, crises de ansiedade e... caminhadas até pontes, para nunca mais voltarem ao tenro abraço de seus familiares. Há relatos e entrevistas de inúmeras famílias sobre os filhos vivenciarem uma forte dor de cabeça depois de jogar as aventuras de Red... e, claro que tentaram abrir processo contra a a empresa, mas, para evitar que o escândalos se tornasse ainda maior, a música foi editada nas versões Red & Blue, fazendo parecer que tudo não passava de um grande mal-entendido, uma lenda urbana de mau gosto...


Um usuário, contudo, conseguiu uma cópia da versão original responsável por esse desastre e disponibilizou em chats e fóruns, e hoje ainda é possível escutá-la, Ela está no link abaixo, mas, por favor, só ouça se tiver mais de 12 anos e, em absoluta hipótese alguma, use fones de ouvido.


O vídeo resgata as frequências antes de serem editadas.

A todos os familiares que perderam seus filhos amados, toda minha solidariedade...


Se você notar bem, enquanto toca a música... talvez possa ouvir o grito de angústia de cada criança caindo das alturas... ou talvez esteja, agora mesmo, sentindo a mão de um deles em seu ombro...


Memórias partidas



Esse relato aqui abaixo não é meu. O que vou contar aqui encontrei nos arquivos de um amigo meu de adolescência que morreu há uns 10 anos. Nunca consegui falar disso, mas bem... acho que, agora, é o momento...


A mãe dele, no meio daquele processo de luto e tal, tinha me pedido para acessar o computador dele e resgatar algumas fotos para guardar registros dele. Meu amigo nunca tinha gostado muito de tirar fotos e, mesmo sendo uma era antes de todo mundo ter um celular, ele sempre foi muito reservado. Como eu era muito bom com computadores, ao vasculhar por fotos dele, acabei, na curiosidade, mexendo um pouco mais e... vi que ele tinha um blog secreto.


Sei que não é ético mexer na coisa dos outros; pior ainda quando esse outro estava morto. Mas foi graças a isso que encontrei o relato que vou colocar abaixo e que, talvez, bem... esteja de alguma forma relacionado à sua morte... sei lá...


Quando eu era pequeno, eu adorava Pokémon. Amava de verdade. Meu tipo preferido, por incrível que pareça, era o tipo que pouca gente gosta: o tipo Normal - talvez porque é o que eu também gostaria de ser, normal, como qualquer criança... e não ser o alvo das piadas e chacotas da sala de aula... Os pokes do tipo Normal eram muito fofinhos e passavam uma vibe legal - tirando o rattata. Meu favorito era Jigglypuff - naquela época, esse lance de Fada não existia, então ele era totalmente do tipo Normal - eu adorava aquela carinha maravilhosa que ele fazia quando ficava irritada, todo infladinha, era impossível não se apaixonar. Os gêneros também não existiam ainda na primeira geração (a não ser nos nidorans), ainda assim eu chamava a minha no feminino... talvez fosse uma forma de eu lidar com minha sexualidade... Hoje eu entendo que sou gay e não acho que tudo que é rosa ou fofo é gay, mas meu eu criança talvez encontrasse ali nA Jigglypuff essa força que vem da delicadeza que assusta tantos homens héteros.


Bom, minha ideia não é ficar militando aqui, então continuando... conforme eu fui crescendo, fui usando outras tipagens, principalmente porque o tipo Normal não tinha vantagem em batalhas e aí foi ficando mais difícil mantê-los... Fui curtindo Voador, Elétrico, Planta... enfim, ano após ano me afastava da minha jornada o carinho pelo tipo Normal.


Um dia, me deu uma saudade repentina da franquia. Já tinha passado mais de dez anos que jogava Pokémon, e eu já não amava tanto quanto antes. O lançamento de Black & White foi um balde de água fria com tantos bichos estranhos... e isso me levou a querer revisitar em meus arquivos uma Rom antiga, porque, como boa criança dos anos 1990, meu contato com os jogos tinha sido emulando jogo no PC, e não com um cartucho verdadeiro (o GameBoy tinha o preço equivalente a um salário mínimo da época).


Minha primeira ação foi, óbvio, ver como estava aquela Jigglypuff que tanto amava! Meu último save, de Pokémon Red, tinha sido na Caverna perto de Cerulean. Lembro disso porque passei um tempão tentando pegar Mewtwo... Bom, com o jogo ligado, e só com lendário na party, fui logo metendo o surf e correndo na bicicleta o máximo que pude para ir ao Centro Pokémon mais próximo e poder mexer no PC... Box 1, Box 2, Box 3... quantos pokés eu tinha capturado e deixado ali sem transferir... mas, dentre eles, nada de achar minha grande amiga cantarolante haha... Foi quando algo estranho apareceu. No Box 4, o papel de parede do box que enfeita a tela, sabe?, ele se mexeu... achei estranho, mas talvez fosse só mais um bug, a GameFreak sempre tem umas doidices assim... cliquei naquilo que parecia um rasgo e ficou tudo preto na tela.


Aí a Jigglypuff apareceu!


Mudei o papel de parede de novo e coloquei a Jiggly na equipe e fui saborear aquela gostosa nostalgia que só quem viveu nos anos 1990 sabe... Corri pra o matinho mais próximo para encontrar uma batalha, e quando lancei Jigglypuff para fora da bola... seu nome mudou para C*%^PQ?


Achei tudo muito estranho, era madrugada... e vocês sabem que, de madrugada tudo que é meio estranho faz o coração acelerar... O som que Jiggly fez quando usei o "Sing" parecia de agonia... e na legenda aparecia "C*%^PQ? hiccupped loudly"... procurei o dicionário para entender ... e ela estava... soluçando??? Nunca tinha visto isso - mas nem tive tempo de estranhar ou pensar que era um canto de choro... porque as coisas pioraram. A tela se transformou em chuvisco... e apenas o sprite de Jigglypuff apareceu... aquele do box permanecia nele... o olhar dele cada vez mais deprimido. Aqueles dois grandes olhos vivos pareciam tão sem vida... Eu sorri para o sprite, numa tentativa de rever aquele parceiro que marcou minha infância... mas ele não sorria...



Eu sei, eu sei, deveria pensar: isso é só um videogame. Mas, sei lá, eu tinha tantas memórias com aquele jogo... só conseguia sentir culpa por ter deixado ela na box por esses anos todos... mas o que eu poderia fazer... era uma ROM, e a Geração I, não tinha como transferir...


Perdido um pouco nesse pensamento, não notei que, ao piscar os olhos, Jigglypuff piscou também e o chuvisco da tela se transformou novamente em imagem do jogo... Claro, claro, sabia que alguma coisa estava errada, e em um ímpeto decidi fechar a janela do jogo e me distanciar de tudo aquilo. Sentia um aperto no peito, um sabor ácido na boca, mas... no automático abri o box para apertar "Save" antes de fechar o jogo, mas quando escolhi salvar... apareceu uma mensagem "NO", impedindo que eu salvasse.


Comecei a suar frio, e meu corpo estava paralisado. Não conseguia sair da cadeira do PC, levantar e me distanciar de tudo aquilo. No jogo, a tela escureceu, como se eu tivesse perdido uma batalha, sabe? Mas, ao invés de acordar no Centro Pokémon, me vi dentro de casa, na cama, ou melhor, meu personagem dentro de casa, na cama... sei lá, era confuso, era como se fosse eu... entendi de alguma maneira, sei lá, intuição, que precisava continuar a jogar para me ver livre daquela paralisia agoniante que passava, queria que tudo passasse, nossa... nunca imaginei que uma nostalgia me colocasse numa situação tão bizarra...


Ao descer as escadas do quarto, não havia ninguém no andar de baixo... apenas o som da Jigglypuff cantando a todo tempo, mas com uma ruptura na voz, uma coisa que parecia arranhando meu ouvido... Após alguns instantes sem saber o que fazer, porque não dava para sair da casa... um som de estática começou a dominar o áudio...


Uma caixa de texto apareceu... "WHY" em letras maiúsculas... e então virou"I thought you love me (Eu achei que voce me amava)..." em seguida, mais estática. O som agora mais grave do Jigglypuff fazia barulho ao fundo... na caixa de texto surgia "You forgotted me (Você se esqueceu de mim)... Now it's my turn to forget you...forever you and me" (e agora é a hora que eu te esquecer ... para sempre, você e eu). Não sei nem se estou traduzindo certo, estou nervoso só de lembrar desse dia... Quase estou conseguindo ouvir a música dela novamente...



Na tela, Jigglypuff, só que cinza estava no centro e seus olhos eram apenas preto com pupilas vermelhas. Ela estava chorando sangue de seu olho direito, e olhando para mim, como se agora só existisse um buraco, sem nenhuma expressão. Um texto apareceu no topo da tela dizendo: "Bye bye". E no meu ouvido pude sentir um suspiro de alguém sussurrar "adeus"...


Então senti uma dor de cabeça enorme, como se algo estivesse fugindo de meu cérebro, como se eu tivesse num sonho lúcido e fosse arrancado de dentro dele. Senti minha pele queimar, e... desmaiei! Em casa, estava sozinho, e ninguém percebeu minha agonia... Talvez tenha sido tudo numa fração de tempo; talvez tenha durado algumas horas... o fato é que, com o computador ligado, vendo o jogo emulado, abri mina party mais uma vez, para ter certeza de que o que aconteceu foi real.. nenhum Jigglypuff na minha equipe. Eu não conseguia lembrar nenhum dos bons momentos que tive com ela na infância, por mais que eu tentasse... Eu lembrava dela, mas não dos moemntos com ela... Então eu entendi... a Jigglypuff tinha se apagado do jogo - e de alguma maneira, também da minha vida.


Hoje, eu tento não jogar Pokémon mais. Mas é inevitável que meus amigos falem sobre a franquia comigo, e quando um amigo me fala de Jigglypuff, eu sinto uma angústia que não sei explicar, e se eu fechar os olhos e concentrar no meu ouvido, consigo ouvir algo parecido com "NO", e não consigo mais me movimentar. Run, não é uma opção."



Canção de Ninar do Hypno


Essa história se conta por si só, porque foi transformada em vídeo, com tradução. Clique por sua conta e risco....



Outras histórias


Há uma Wiki só para registrar creepypastas e é possível ir nela clicando aqui. Há histórias envolvendo Ditto, Pikachu, Ash... e também com outras franquias, até com Ben10. Se você achou interessante esse mundo esquisito talvez esteja na hora de criar suas próprias histórias também - bizarrice não faltam no universo Pokémon e também no mundo ao seu redor, pelo menos é isso que está me dizendo a pessoa que está do seu lado esquerdo aí enquanto você me lê....


A Gomes Francisco ainda está em fase beta, e deve seguir assim ainda alguns meses até eu conseguir escrever todos artigos (pensados inicialmente) e daí poder cuidar do layout. Até o lançamento oficial, espero que gostem do que encontrarem. Abraço!


Comments


bottom of page